Segundo Darwin, em relação à lei da sobrevivência , o mais forte seria aquele que melhor se adapta a uma determinada condição. É através da adaptação que, ao longo dos anos, mascaramos a solidão. Adaptamo-nos às novas tecnologias e mídias sociais, e por meio delas, somos expostos virtualmente, porém, permanecemos sozinhos socialmente, criando uma tendência em “mostrar afeto” ao invés de “dar afeto”. As redes sociais e aplicativos são aliados do ser humano, ao passo que promovem uma ampliação das relações comerciais. Em contrapartida, essa evolução tecnológica traz consigo relações superficiais que impulsionam o isolamento social.
Cabe examinar o papel das interações sociais sob a perspectiva do sociólogo Zygmunt Bauman. Ele nos elucida que, durante esta etapa do capitalismo, fase de "Foco no consumismo e satisfação imediata" - tema também discutido pelo filósofo Walter Benjamin associado à escola de Frankfurt - , a produção em massa e a industrialização da cultura, acaba por tornar descartável o convívio social. Em meados dos anos 90, quando uma pessoa queria ver um filme, era obrigada a se dirigir a uma locadora ou ao cinema, atualmente, as produções cinematográficas são disponibilizadas nas plataformas de streaming, como a Netflix e a Amazon Prime, consequentemente, evitando o deslocamento do indivíduo e a interação com outras pessoas. Até mesmo os filmes de “sessão da tarde“, conhecido por muitos e que proporcionava um assunto em comum, estão cada vez mais escassos na geração Millenium.
Estudos mostram que a solidão extrema, é considerada um dos maiores problemas modernos. Segundo a jornalista Juliana Sayuri em artigo para a Uol, escreve que no início de 2018, o Reino Unido anunciou a criação do Ministério da Solidão. De acordo com os dados, o governo britânico destinou £ 1,8 milhão para financiar iniciativas e campanhas de conscientização. Em maio, deste ano, Kaynã de Oliveira - colunista do Jornal da USP - lança a notícia que o Japão também conta com um “Ministério da Solidão”, nomeando Tetsushi Sakamoto como Ministro, para auxiliar em ações que favoreçam o enfrentamento do combate à essa epidemia, tendo em vista o aumento da taxa de suicídios em 11 anos, também estão sendo levados em conta outros fatores como, a pandemia da COVID-19, desemprego e situações de violência doméstica, em relação ao aumento dessa taxa.
Em agosto de 2018, a agência de notícias da BBC expôs uma matéria intitulada "Por que os países nórdicos podem não ser tão felizes quanto pensamos" , nela é apresentado um relatório de pesquisa onde foram analisados dados coletados ao longo de cinco anos, entre 2012 e 2016. Segundo o artigo, um dos autores do relatório, Michael Birkjaear, disse ao jornal britânico The Guardian, que os jovens estão cada vez mais estressados e solitários, consequentemente, está havendo um aumento no número de casos de transtornos mentais e solidão. Os países citados na reportagem são: Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia.
Este é um assunto que merece ser discutido e avaliado, principalmente pelas esferas públicas de saúde. Os impactos psíquicos em populações vulneráveis, especialmente no contexto pandêmico atual, são indispensáveis para garantir a qualidade de vida da população.
É bem complicado lidar com a solidão ainda mais em pandemia que temos que ficar com distanciamento social.
ResponderExcluirBig Beijos,
Lulu on the sky